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Com o fim da paralisação, atendimento médico é normalizado no Piauí

O atendimento nos hospitais e ambulatórios da rede estadual de saúde voltou ao normal ontem (11), após o fim da paralisação dos médicos, suspensa por conta de uma determinação judicial. Quem estava com consultas ou exames agendados para o início dessa semana comemorou a normalização do atendimento.

Alguns pacientes, vindos de outros municípios, temiam prejuízos causados pela paralisação da classe médica, que reagendou todos os atendimentos eletivos, como consultas, exames e cirurgias, marcados para os dias 10 e 11 de outubro. Esse é o caso de Maria de Souza Moreira, natural de Barras, e que veio para Teresina para fazer uma cirurgia de retirada de pedra nos rins. A paciente estava com a consulta pré-operatória agendada para ontem e, após conversar com a equipe do hospital, conseguiu o atendimento.

Fotos: Assis Fernandes/O Dia

“Estava com essa cirurgia agendada desde fevereiro. Se eu não conseguisse a consulta, teria que remarcar a cirurgia. Não sou de Teresina e não tenho nenhum parente aqui. Se fosse preciso remarcar, eu ia ficar no prejuízo, porque teria vindo, em vão, pra cá”, relata a paciente, que diz concordar com o movimento de paralisação dos médicos. “Até entendo que eles estão buscando os direitos deles, mas nós, que precisamos do atendimento, ficamos em uma situação complicada”, avalia.

Quem também precisou de atendimento nessa terça-feira foi a altoense Raimunda Lopes, que retornou ao Ambulatório do Hospital Getúlio Vargas para uma consulta com o oftalmologista, após a realização de uma cirurgia de glaucoma. “Já faz quatro meses que fiz essa cirurgia. Agora, graças a Deus, consegui o retorno”, pontua. A acompanhante de dona Raimunda é a jovem Natália Arruda, que destaca a dificuldade para conseguir agendar consultas nos hospitais da rede pública. “Toda vez que precisamos de um atendimento, acontece a maior burocracia. Pra quem é de outro município é muito cansativo”, destaca.

Contratempos

Apesar da normalização do atendimento dos médicos em todos os hospitais da rede pública estadual, alguns contratempos ainda foram registrados. A dona de casa Francisca Aguiar voltou para casa sem conseguir realizar os exames agendados para a ter- ça-feira. Ela conta que, ao chegar no ambulatório, foi informada de que o médico não atenderia, ainda por causa da paralisação. “Só me disseram que não seria possível ter atendimento, porque o médico havia faltado. É uma coisa complicada, você aguardar por quase um mês para fazer um exame e, no dia, ele ter que ser remarcado”, desabafou.


Raimunda Lopes veio de Altos para se consultar com o oftalmologista

Por determinação do Sindicato, todos os médicos da rede estadual deveriam ter voltado ao trabalho ainda na segunda-feira (10), após a categoria ter sido notificada da decisão judicial, que determinou a normalização dos atendimentos em todo o Estado.

Mobilização

Apesar do fim da paralisação, os médicos da rede estadual de saúde ainda pretendem realizar outras atividades para chamar atenção da sociedade para as condições de trabalho nos hospitais e também para o cumprimento do acordo de reajuste salarial, firmado ainda no ano de 2015. O Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) informou que a categoria segue mobilizada e que uma nova paralisação não está descartada.

A paralisação dos médicos foi convocada após o Governo do Estado descumprir o acordo de reajuste salarial, firmado ainda no ano passado, alegando problemas com a lei de responsabilidade fiscal. Pelo acordo, o Governo pagaria 30% de reajuste divido em três parcelas, durante o triênio de 2016, 2017 e 2018. A primeira parte deveria ter sido paga no mês de maio desse ano, o que, de acordo com o Sindicato, até o momento, não aconteceu. Além disso, os médicos também cobram melhores condições de trabalho nos hospitais da rede estadual.

Por: Natanael Souza – Jornal O Dia

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