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Prevenção e educação contra o machismo devem começar ainda na infância

O Governo Federal lançou uma campanha pelas redes sociais pedindo o fim do machismo e da violência contra a mulher. Intitulada “16 dias de ativismo pelo fim doa violência contra a mulher”, tem como principal tema “Machismo. Já passou da hora #podeparar”, cujo objetivo é sensibilizar e mobilizar a sociedade que pequenas atividades do cotidiano podem levar a grandes violências.

Segundo o psicólogo Ricardo Costa Carvalho, alguns comportamentos na criação dessa criança acabam reforçando o machismo, como estipular que meninas devem fazer as atividades domésticas enquanto os meninos podem brincar de jogar bola, por exemplo. Para ele, é preciso partir do princípio de ensinar a criança a respeitar as diferenças, ajudando-a a entender que ser menino não o torna melhor ou com mais “privilégios” que a menina.

“Mostrar que a menina pode ser ‘mais forte’, mais ‘esperta’ que ele por exemplo, e que isso não é um problema. Que a sua condição de menino não o torna melhor por ser menino. Para isso os pais precisam deixar de utilizar alguns preconceitos que estão enraizados em nossa cultura, como por exemplo ‘cozinha é lugar de mulher’”, explicou.


Anamelka Albuquerque diz que a própria família precisa evitar o machismo (Foto: Elias Fontinele/O Dia)

Ainda de acordo com o psicólogo, é possível que o homem reconheça que algumas atitudes suas podem ser caracterizadas como machistas. Contudo, ele destacou que uma grande parte terá dificuldades de se reconhecer machista, já que isso está ligado a uma construção histórica e cultural, e essa construção dificulta a percepção de atitudes machistas.

É preciso investir na educação

Para Ricardo Costa Carvalho, essas campanhas que visam evitar o machismo podem até ajudar no combate à violência, porém, não devem ser a única alternativa. “As campanhas ajudam, mas elas não devem ser o método principal, pois devem complementar uma educação que deve partir da base, a educação formal (família e instituições de educação) devem ser o foco da tentativa de mudança”, destacou.

O especialista acrescentou que a melhor forma de ajudar no processo de conscientização é através da informação, tanto de homens quanto de mulheres. “Não a informação pela informação, mas uma informação trabalhada na busca de gerar reflexão, de fazer o sujeito pensar e não apenas seguir orientações”, finalizou Ricardo Costa Carvalho.

A delegada Anamelka Albuquerque, titular da Delegacia de Feminicídio, também acrescentou que é preciso investir na educação como principal aliado na prevenção do machismo. E citou que as crianças precisam aprender com exemplos no próprio seio familiar, observando o comportamento de seus pais.

“É muito natural observarmos que, quanto mais cedo esse tipo de comportamento de educação é apresentado ainda na infância, e tendo exemplos em casa, mas essa criança cresce com um comportamento diferente. Se um menino cresce vendo seu pai não ir para a cozinha, verbalizando que cozinha é local de mulher, que não limpa a casa e determina que a mãe faça, ele vai crescer reproduzindo exatamente isso que ouviu”, explicou.

Por: Isabela Lopes – Jornal O Dia

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