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Por que o caso de Celso Daniel chega à Lava Jato 14 anos após a sua morte

A última fase da Operação Lava Jato, desencadeada nesta sexta-feira, trouxe à tona um dos casos policiais mais discutidos e investigado nos últimos anos, reavivado mais uma vez, num momento de forte pulsação política. O prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi assassinado em janeiro de 2002, quando começava a coordenar a campanha presidencial do então candidato Lula da Silva. Santo André compõe a região do ABC, junto com os municípios vizinhos de São Bernardo e São Caetano, famosa pelas indústrias automobilísticas ali instaladas desde os anos 70.

Passados 14 anos, as circunstâncias da morte de Daniel voltam à baila por meio da Lava Jato, que enxerga no episódio um potencial esqueleto no armário do PT. O então prefeito foi morto depois de ser sequestrado, torturado e morto, quando estava ao lado do segurança Sergio Soares da Silva, o Sombra.

Em julho daquele ano, a Polícia Civil de São Paulo encontrou os assassinos de Daniel, uma quadrilha comandada por Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como Monstro, que atuava na favela Pantanal, na divida de Diadema, cidade vizinha de Santo André. A publicidade do caso o fez correr de maneira célere, a pedido do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que em 2002 vivia seu último ano de mandato. Monstro já era conhecido da Divisão Anti-Sequestro da polícia, por outros crimes similares cometidos nos últimos anos. O sequestro seguido de morte de Daniel seguia o mesmo padrão – escolher vítimas que estivessem em carros de luxo, em sequestros curtos, para exigir dinheiro e liberá-los. Mas alguns casos haviam terminado em morte sem motivo aparente. Era o caso do prefeito. A polícia concluiu que se tratava de um crime comum praticado pelo bando de Monstro.

O assunto, porém, teve diversas idas e voltas na Justiça pelos elementos reunidos nessa trama. Além de ser ligado ao PT, Celso Daniel, que foi prefeito de Santo André três vezes, tinha Sombra como homem de confiança, e era próximo do empresário Ronan Maria Pinto – preso nesta sexta pela Lava Jato – que estariam ligados a um esquema de extorsão em empresas de ônibus da região. Um esquema do qual Daniel tinha conhecimento, ao que tudo indica. Essa tese implicaria o PT, pois o partido se beneficiaria dos recursos desviados.

Catorze anos depois, Ronan Pinto, empresário do setor de ônibus e dono do jornal Diário do Grande ABC, foi preso nesta sexta por uma suspeita levantada pelo time do juiz Sergio Moro, que traz de volta esse crime. O empresário é suspeito de ter recebido 6 milhões de reais, em 2004, por intermédio do pecuarista João Carlos Bumlai, amigo de Lula, a pedido do PT. A tese da força tarefa da Lava Jato é que o dinheiro, segundo a força tarefa, pode ser fruto de propina paga pelo partido para que ele não revelasse detalhes da morte de Daniel, que implicariam o PT.

Com as informações: MSN

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