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Piauí reduz em 14,6% o número de leitos de internação no interior em 10 anos

Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) junto ao Ministério da Saúde revelou que o Brasil perdeu mais de 23 mil leitos hospitalares ao longo da última década. Isto representa uma média de seis camas para internação de pacientes desativadas por dia no país e no interior do Piauí a situação não é tão diferente.

Em 2008, o Piauí possuía 4.927 leitos hospitalares nos municípios do interior e em 2018 este número caiu para 4.246. A redução da quantidade de leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) ao longo dos dez anos no interior piauiense foi de 14,60%. Este dado coloca o Piauí como o segundo Estado do Nordeste que mais perdeu leitos hospitalares na última década. O primeiro lugar é ocupado pelo Estado da Paraíba, que reduziu o número de leitos em 21,41%.

Piauí reduz em 14,6% o número de leitos de internação no interior em 10 anos. (Foto: Arquivo O Dia)

Apesar da redução no interior, em Teresina o que se observou foi o movimento contrário: em dez anos, a Capital piauiense aumentou em 5,27% o número de leitos hospitalares: em 2008, eram 2.276 leitos disponíveis e em 2018 este número subiu para 2.396. Na Região Nordeste, Teresina e São Luís são as duas primeiras capitais que mais aumentaram a quantidade de leitos disponíveis, mas mesmo sendo este um saldo positivo, o número de leitos a mais em Teresina ainda considerado insuficiente para compensar a perda nos demais municípios do Piauí.

O resultado global do levantamento da CNM mostra que, em 2008, o Piauí tinha uma taxa de 2,60 leitos para cada grupo de cem mil habitantes, enquanto que em 2018, esta taxa caiu para 2,36 leitos para cada grupo de cem mil pessoas.

Mesmo com a redução, que é considerada preocupante pela Confederação e pelo Ministério da Saúde, o Piauí é o único estado brasileiro a apresentar cobertura total na Atenção Básica à Saúde em 2018. Isto significa dizer que toda a população piauiense possui acesso à atenção primária na detecção e tratamento de doenças pelo SUS. O Piauí fica na frente de estados como São Paulo e do Distrito Federal, que estão entre os mais populosos do Brasil e apresentam taxas de cobertura da Atenção Básica de 60% e 61%, respectivamente.

Deficiências

O relatório da CNM destaca que o tempo de criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que possui apenas 30 anos de criação e significou um rearranjo no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), para comtemplar a totalidade da população com acesso à integralidade da atenção à saúde.

Um dos problemas mais debatidos entre os gestores atualmente refere-se aos incentivos destinados ao SUS. O atual financiamento do sistema, que atende a mais de 200 milhões de pessoas, é considerado insuficiente. De acordo com o Relatório de Execução Orçamentária da CNM, nos últimos cinco anos, as despesas liquidadas da União com Assistências Hospitalar e Ambulatorial correspondem, em média a 44% do total do setor da Saúde.

Entre os serviços contemplados nesta política encontram-se os leitos hospitalares, classificados em clínicos (leito de internação hospitalar destinado a acomodar pacientes de qualquer especialidade clínica), cirúrgico (leito de internação destinado a acomodar pacientes de qualquer especialidade cirúrgica), obstetrício (destinado a acomodar as gestantes e puérperas para atendimento assistencial clínico e/ou cirúrgico), leito hospital-dia (destinado ao atendimento de paciente adulto ou pediátrico na unidade por até 12 horas) e pediátrico (destinado a acomodar pacientes menores de 15 anos).

Aqui no Piauí, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), não houve fechamento de leito hospitalar ao longo dos últimos quatro anos. Em conversa com o Portal O Dia, o diretor de descentralização hospitalar do órgão, Dr. Neris Júnior, o que o Estado tem feito é a requalificação dos leitos já existentes, transformando leitos de internação clínica em leitos de UTIs, por exemplo.

Ele cita a abertura de leitos de Unidades de Terapia Intensiva nos hospitais de Picos, Piripiri, em Teresina e em Parnaíba. “Estes novos serviços têm um período de tempo para serem credenciados pelo Ministério da Saúde para que comecem a funcionar e receber recursos. Implantamos, por exemplo, a UTI de Picos no final de outubro do ano passado e ainda estamos aguardando a autorização do Ministério para os leitos que lá foram abertos. O Hospital de Buriti dos Lopes também é outro que foi aberto no final do ano passado com 20 leitos, mas que está esperando autorização”, explica.

De acordo com a Sesapi, o Piauí abriu, nos últimos quatro anos, 57 leitos de UTI adulto e infantil em todo o Estado.

Por: Maria Clara Estrêla

Fonte: O DIA

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