Cerca de 100 militantes ligados ao Partido dos Trabalhadores e ao PCdoB reuniram-se na tarde desta sexta-feira (4) em Teresina para protestar contra a condução coercitiva do ex-presidente Lula e de sua família para prestar depoimento sobre possível envolvimento do político em desvios de recursos da Petrobras.
Na ocasião, a senadora e presidente do Diretório Regional do PT no Piauí, Regina Sousa, informou que avalia que essas ações da Justiça têm como objetivo dar força ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e afastar a possibilidade de Lula ser candidato em 2018.
“O Lula não estava foragido, estava à disposição para prestar depoimento. É um ato de irresponsabilidade fazer aquele espetáculo. Não tem nada provado contra ele, tem suposições. Acharam primeiro o criminoso e agora estão procurando os crimes. Isso é um absurdo, uma irresponsabilidade e desacredita o trabalho da Polícia Federal e da Justiça, que permite que isso aconteça”, diz Regina Sousa. A senadora informou que acredita num pacto entre o que chamou de “as elites do país -que envolve integrantes do Ministério Público, da Justiça e da imprensa”.
Os deputados estaduais João de Deus, Flora Izabel, Francisco Limma e Cícero Magalhães, o prefeito de São João do Piauí, Gil Carlos, e secretários de Estado também participaram dos protestos. Todos reforçaram a ideia de que existe no país um pacto “anti-PT e anti-Lula”.
O ato aconteceu na praça da Liberdade e percorreu trechos da Avenida Frei Serafim. Houve discursos no mesmo sentido de que há uma tentativa de criminalizar apenas o partido. O governador Wellington Dias não participou do protesto porque cumpria agenda em Brasília.
De acordo com Regina Sousa, a condução coercitiva de Lula também foi orquestrada como uma forma de minimizar o fato de Eduardo Cunha (PMDB) virar réu no Supremo Tribunal Federal. Ela avalia que é a primeira vez que um presidente da Câmara vira réu no Senado, e é o primeiro réu da Lava Jato no Supremo e a imprensa nacional não deu amplo destaque ao assunto, protestou Regina.
Os protestos ocorreram também em várias cidades do Brasil.
Fonte: Jornal O DIA
Por: João Magalhães