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A cada 100 detentos, pelo menos três conseguiram fugir em 2016

Um balanço das fugas ocorridas no sistema penitenciário do Piauí revela que 131 detentos conseguiram escapar da prisão em 2016. A média em relação ao número total de presos – atualmente 4.200 – é de 3,1%. Ou seja, três fugitivos a cada 100 presos. As fugas ocorreram em 17 ocasiões durante o ano.

Os dados acima são da Secretaria de Justiça e mostram ainda que, dos 131 fugitivos, 57 foram recapturados e 74 continuam foragidos, o que representa 1,7% em relação ao total de presos no sistema penitenciário.

A situação poderia ser pior, se não fosse o trabalho do Grupo de Intervenção Prisional e do Comando de Operações Prisionais, que abortaram duas rebeliões e três motins ocorridos nos presídios.Os grupos foram criados após uma rebelião ocorrida na Casa de Custódia no mês de junho. Naquela ocasião, uma pessoa morreu e 27 conseguiram fugir.

As fugas são facilitadas, entre outros motivos, pela superlotação nos presídios do Piauí. O Governo promete entregar mais dois novos presídios até 2018. A Casa de Detenção de Campo Maior, com 160 vagas, deve ser entregue até o primeiro trimestre de 2017. Já a Cadeia Pública de Altos, que terá 600 novas vagas, está prevista para ser aberta até 2018.

A Secretaria de Justiça estuda a viabilização de projetos para a construção de novas unidades prisionais em Parnaíba, Picos e Oeiras.

Reintegração social

A educação e a capacitação profissional tem sido o caminho para a reintegração social.De 164 detentos estudando nas penitenciárias em janeiro do ano passado, atualmente são 930 reeducandos matriculados na Educação de Jovens e Adultos, Brasil Alfabetizado ou no Canal Educação.

A consequência das ações, de acordo com a Secretaria de Justiça, é o aumento na quantidade de pessoas privadas de liberdade que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio este ano. Em 2015, foram 138 os detentos que realizaram a prova. Já em 2016, nos dias 13 e 14 de dezembro, esse número foi para 219.

Quanto à capacitação profissional, cerca de 960 pessoas foram ou estão sendo capacitadas em cursos profissionalizantes. Os dados, referentes a 2015 e 2016, são da Diretoria de Humanização e Reintegração Social da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), através da Gerência de Cursos Profissionalizantes, e da Escola de Formação Penitenciária.

De acordo com a Gerência de Cursos Profissionalizantes, pelo menos 660 pessoas, dentre detentos nos presídios, familiares de detentos, servidores e familiares de servidores passaram por cursos profissionalizantes promovidos pelo órgão, através do trabalho conjunto com as secretaria de Educação do Estado (Seduc) e de Trabalho e Empreendedorismo (Setre).

Na Colônia Agrícola Penal Major César Oliveira, em Altos, por exemplo, foram formadas turmas de Pedreiro de Alvenaria, Horticultor Orgânico e Artesão de Pintura e Tecido, através da Setre, Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), respectivamente. Ao todos, nesses três cursos, foram formados 62 detentos na unidade.

Na Penitenciária Regional Irmão Guido, em Teresina, 48 detentos foram capacitados no curso de Pedreiro de Alvenaria. Também estão sendo realizados, na unidade, os cursos de Mecânico de Bicicleta e o de Mecânico de Refrigeração e Climatização Residencial, ofertados pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI), estando previsto para começar o de Horticultor Orgânico, através da UFPI.

Trabalho

A ideia de que os detentos ficam sem fazer nada dentro dos presídios é falsa, pelo menos para 1.300 pessoas privadas de liberdade no sistema prisional que estão trabalhando, atualmente, nas atividades internas das penitenciárias, como limpeza, cozinha, horta, serviços gerais, agricultura, biblioteca, marcenaria, panificação, auxiliares de produção e artesanato.

Por: Nayara Felizardo, com informações da Sejus

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