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‘Santa das sarjetas’, Madre Teresa de Calcutá é canonizada neste domingo

“A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração”. A frase, atribuída a Madre Teresa de Calcutá, resume um pouco da vida da mulher que dedicou sua vida aos cuidados dos mais pobres. Conhecida como “santa das sarjetas”, madre Teresa recebe, neste domingo (4), a canonização mais rápida já registrada nos autos da igreja católica.

O milagre que concederá a canonização a Madre Teresa aconteceu em 2008, após a cura de um homem brasileiro que estava em fase terminal por problemas cerebrais.  Internado às pressas em um hospital de Santos por causa de uma severa infecção viral no cérebro, o engenheiro Marcilio Haddad Andrino, foi curado após sua esposa ser aconselhada a rezar para a beata.

Foto: Reprodução

Segundo as normas do Vaticano, para a canonização, é necessário demonstrar que o candidato intercedeu em dois milagres para que seja proclamada sua santidade. O primeiro deles foi a cura de uma mulher de 30 ano de Bangladesh, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal.

No caso da beata, foram necessários sete anos entre o encaminhamento do processo, alguns atestados médicos dizendo não haver explicação científica para o ocorrido e a comprovação do milagre pelo Vaticano.

Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Fábio Fernandes, explica que o processo de canonização é profundamente rigoroso. “A canonização acontece depois de um processo profundamente rigoroso para proclamar que aquela pessoa viveu a santidade que é de Deus. Dentro desse processo rigoroso existem várias etapas justamente para não ser leviana ou desrespeitosa. O primeiro passo é pesquisar a vida daquela pessoa para saber se ela, de fato, viveu santamente, em um processo de intimidade com Deus e crescimento espiritual.

Depois estuda-se quais foram as obras de vida que a aproximem da santidade”, explica.

Com a finalização da primeira pesquisa, a Madre foi declarada ‘bem aventurada’, ou seja, alguém que de fato viveu a santidade. Mas para as honras dos altares, a igreja exige a comprovação de dois milagres. Com o primeiro milagre comprovado, ela foi beatificada, passando a ser conhecida como beata Madre Teresa de Calcutá.

“O interessante é sua postura de acolhimento, ela acolhe a todos que estava na miséria, indistintamente. Ela acolhia não só os cristão católicos, mas os mulçumanos, seguidores do bramanismo, e as pessoas viam nela uma expressão do sagrado”, destaca o padre.

Canonização será no Vaticano

Após decisão foi tomada numa reunião de cardeais  encarregados de examinar a causa da religiosa, que morreu em 1997 e foi beatificada em 2003, o papa Francisco assinou o decreto de canonização de Madre Teresa de Calcutá, que acontecerá  na Praça São Pedro, no Vaticano.

Foto: Reprodução

Apontado como o evento mais importante do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o evento acontece na data próxima ao aniversário de morte da beata.Ao convocar o “Ano Santo”, que começou em 8 de dezembro de 2015 e vai até 20 de novembro, o papa quis estabelecer um período de perdão e misericórdia.

Madre Teresa tem história notável. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a próxima santa da igreja católica foi uma das mulheres mais influentes dos 2.000 anos de história da igreja, aclamada por seu trabalho com os mais pobres do mundo nas favelas da cidade indiana de Calcutá.

Centenas de milhares de fiéis devem comparecer à cerimônia de canonização da freira, que será conduzida pelo papa Francisco diante da basílica de São Pedro.

História baseada em caridade e fé

Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), nasceu em uma família albanesa na Macedônia e fundou sua própria congregação em 1950, as Missionárias da Caridade. A beata dedicou durante mais de 40 anos aos pobres e aos doentes, especialmente na cidade indiana de Calcutá, onde teve sua atuação mais pungente.

Ela faleceu com 87 anos e seu enterro aconteceu em Calcutá no dia 5 de setembro de 1997, foi um acontecimento nacional na Índia e milhões de pobres acompanharam seu corpo pelas ruas da cidade. O funeral contou com a presença de chefes de Estado e governantes de todo o mundo.

A beatificação da religiosa, considerada uma das mais famosas e populares do mundo cristão, foi beatificada por João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, em Roma, durante uma cerimônia que teve a presença de 300 mil fiéis.

As Missionárias da Caridade tiveram origem em uma pequena congregação, que se transformou em uma rede que conta com cerca de 4.500 religiosas que trabalham em mais de 130 países, onde têm em torno de 700 casas dedicadas a ajudar os mais desfavorecidos.

Em 2002, o Vaticano reconheceu um primeiro milagre atribuído à intervenção da madre Teresa, a cura de uma mulher de 30 ano de Bangladesh, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal.

A mulher se curou depois que as irmãs da congregação a presentearam com uma “medalha milagrosa” da Virgem. O Papa Francisco conheceu a religiosa, por ocasião de um sínodo de bispos em 1994 em Roma.

Caminho de Santidade

São três as etapas pelas quais deve passar o candidato a santo – confirmação das “virtudes heroicas”, beatificação, e canonização -, para as quais se necessita de um milagre comprovado.

O primeiro passo para o processo de beatificação geralmente é dado pelo bispo da diocese à qual pertence o candidato e dificilmente antes dos cinco anos posteriores à sua morte.

Durante a investigação, primeiro se demonstra que o candidato tinha “fama de santidade” e que merece ser proposto à canonização.

Os teólogos consultores, os cardeais e até o papa têm o direito de opinar nesta etapa do processo, depois da qual se pode prever a beatificação, sempre e quanto se tenha demonstrado pelo menos a existência de um milagre que possa ser atribuído ao candidato.

Mas demonstrar a validade do milagre não é tarefa fácil. A Congregação para as Causas dos Santos se vale da assessoria de uma equipe de 70 médicos e vários especialistas, assim como dos estudos clínicos aos quais é submetido o indivíduo supostamente curado por um milagre.

Uma primeira aproximação do fenômeno denominado “milagre” é que a cura tenha acontecido de forma instantânea, perfeita e duradoura e inexplicável cientificamente, como a de uma doença incurável ou muito difícil de se tratar.

Por: Glenda Uchôa – O DIA, com informações do G1

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