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Preço da gasolina deve subir ainda mais, afirma sindicalista

Em outubro, o preço dos combustíveis sofreu o 15º reajuste em um ano. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, esse aumento ocorre pelo aumento do preço do petróleo, e é necessário se manter de acordo com o mercado internacional e, por isso, a Petrobras realiza reajustes constantes.

“O modelo de revenda utilizado pela Petrobras não é salutar e, infelizmente, impacta e muito no bolso do consumidor”, disse, em entrevista ao CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, nesta quarta-feira (27).

O presidente do Sindicombustíveis-DF afirmou que o modelo atual da empresa é baseado em adotar um preço para o barril de petróleo paritário ao do mercado internacional — hoje a cotação está em 85 dólares — porém, a economia do brasileira gira em reais. Assim, a Petrobras vende o produto no mercado interno a preço de mercado externo. Para ele, o governo pode alterar a política da empresa, em benefício dos consumidores. “Se o governo não mudar a política da Petrobras, não vai haver outra saída a não ser continuar tendo os aumentos e é o consumidor que sofre muito mais com isso”, ressaltou.

Reajustes sucessivos

Paulo Tavares observou que, desde o início do ano, a gasolina sofreu um reajuste de 67%. “Para piorar, o governo tem adotado algumas políticas furando o teto, e isso pode complicar a nossa situação econômica, o que impacta diretamente no preço do dólar, e consequentemente, na gasolina”, alertou o dirigente sindical.

Tavares comentou ainda a polêmica sobre o projeto de lei que altera a forma da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis. Segundo ele, é o reajuste anunciado pela Petrobras que proporciona uma arrecadação maior. “Houve um aumento nesta terça-feira (26). No dia 1º de novembro já tem um novo cálculo (do ICMS). Quinze dias depois, o preço pode aumentar novamente, descreveu o sindicalista. “Isso só não ocorre se os postos baixarem os preços e trabalharem no vermelho”, acrescentou.

Outro tema abordada no CB.Poder foi a Medida Provisória nº 1.603/11, que permite a venda direta de etanol e flexibiliza a chamada “tutela à bandeira”. Na opinião de Paulo Tavares, a MP preocupa o setor porque pode facilitar a sonegação fiscal. “No caso das grandes capitais, essa medida não resolve muito, porque as grandes distribuidoras trazem todo o etanol diretamente para as suas bases, e elas têm um poder de negociação do frete muito maior do que o revendedor. É mais vantajoso negociar com a distribuidora do que com o fazendeiro que tem uma usina lá no interior de Goiás, por exemplo. A MP facilita, talvez, as pequenas cidades que ficam perto das usinas”, esclareceu.

* Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

CORREIO: BRAZILIENSE

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