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Polícia investiga esquema de distribuição de drogas em escolas

As investigações contra o crime de tráfico de drogas na Capital chegaram a um novo patamar com a descoberta de um novo esquema de distribuição pela Polícia Civil. A partir da denúncia do pai de uma estudante de escola da zona Sudeste de Teresina, a equipe de investigação do 21º Distrito Policial, coordenada pelo delegado Odilo Sena, conseguiu identificar um sistema de distribuição que tem como foco aliciar crianças e adolescentes da região para o tráfico de drogas.

De acordo com o delegado Odilo Sena, as organizações criminosas têm distribuído cápsulas de entorpecentes para crianças com idade entre 8 e 9 anos em, pelo menos, três escolas da zona Sudeste. O objetivo dessas quadrilhas, segundo ele, é fazer com que as crianças tornem-se usuárias de drogas ou entrem para o tráfico.

“Tudo está interligado ao tráfico de drogas. Esse caso que aparentemente é pontual, na verdade faz parte de um sistema perverso, criminoso e audacioso que está se instalando na região. Desde o início do ano temos efetuado diversas prisões e todas as prisões são de uma segunda ou terceira geração de adolescentes que foram corrompidos e agora estão sendo presos”, declara o delegado Odilo Sena.

Segundo ele, as drogas são distribuídas nas escolas de maneira gratuita ou a um custo muito baixo, cerca de R$ 0,20 cada pílula. A suspeita, segundo a Polícia Civil, é de que as cápsulas contenham entorpecentes como maconha e crack. No entanto, as pílulas ainda serão periciadas para determinar quais drogas estão sendo distribuídas. Entre as escolas em que já foi identificada a distribuição dos entorpecentes estão as escolas municipais Arthur Medeiros Carneiro e Antônio Leonez.

Para a Polícia, as crianças são enganadas pelos traficantes que afirmam que as pílulas, na verdade, são “balinhas”. O caso chegou às autoridades policiais após o pai de uma criança encontrar a suposta bala dentro da mochila da menina. “O pai encontrou essa pílula na mochila, perguntou quem tinha dado e ela falou que tinha sido um adolescente. Ela disse que recebeu de graça de uma pessoa e essa pessoa teria dito que era “uma balinha” e que a criança deveria tomar que era bom”, destaca o delegado.

O delegado pontuou ainda que, entre as dificuldades encontradas para investigar o caso, está o fato de que o 21º DP possui apenas três policiais para uma área de cerca de 50 mil habitantes. Segundo ele, a região está praticamente tomada pelo tráfico. “É um trabalho quase heroico. Nessa região existem várias bocas de fumo interligadas, é uma área enorme onde normalmente não há guerra entre eles. Eles vendem, consomem e distribuem sem maiores problemas”, relata.

O titular do 21º DP pontuou que as investigações estão em andamento e, para evitar novos casos, estão sendo feitas palestras para conscientizar as crianças para os perigos do consumo de drogas.

Contraponto

Em contato com o O DIA, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que não houve nenhum registro de distribuição de entorpecentes dentro de escolas estaduais da zona Sudeste. Segundo o órgão, as escolas estaduais recebem um público de adolescentes com idades entre 15 e 18 anos e é destinado somente ao Ensino Médio. A Seduc comunicou ainda que o acesso de estudantes às dependências das unidades de ensino é feito somente mediante apresentação de carteirinha e uso devido do fardamento escolar, não sendo permitida a entrada de pessoas não identificadas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) alegou que não foi notificada sobre casos de distribuição de drogas envolvendo escolas municipais. No entanto, a secretaria informa que a equipe de assistentes sociais se dispõe a contribuir com o monitoramento a partir das investigações. “A Semec reforça que repudia qualquer tipo de ameaça contra o ensino nas escolas e zela pela formação, segurança e qualidade de vida dos alunos”, disse.

Por: Nathalia Amaral

*Com informações: O DIA

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