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Lei assegura que mães não sofram constrangimento ao amamentar em público

No início do mês, foi sancionada uma lei que assegura à criança o direito ao aleitamento materno nos estabelecimentos de uso coletivo, públicos ou privados do Piauí. A prática, que era para ser considerada comum, ainda é motivo de constrangimento para muitas mães.
É por conta disso que a fotógrafa Dayne Dantas começou com o projeto fotográfico “AmamenTHE”, em que mães são fotografadas amamentando seus bebês. A princípio, a iniciativa surgiu com a proposta de ser apenas um registro fotográfico, mas após o episódio em que uma mãe foi constrangida em um restaurante da zona Leste por estar dando de mamar ao seu filho, Dayne viu no projeto uma forma de militância na causa do pró-aleitamento.

Mães lutam pelo direito de amamentar sem erotização do corpo  (Foto: Dayne Dantas)

“Busco visibilidade para a causa pró-aleitamento materno. Porque a média de amamentação é 50 dias, e é muito pouco. Amamentação tem tudo a ver com saúde, com bem-estar. Acho que precisa de um projeto que incentive a amamentação, não um projeto bonitinho de estúdio, mas sim um projeto que mostre a mãe real, como exemplo para que outras mães se sintam encorajadas a amamentar e a doar leite”, ressalta Dayne.

A fotógrafa explica que o ato de amamentar é sexualizado e considerado um tabu pela sociedade e, por isso, vê a necessidade de campanhas de conscientização, que mostrem mães reais doando leite e amamentando seus filhos em qualquer lugar. “Porque aí sim as pessoas vão se conscientizar de que a amamentação não é tabu, não é sexual, é necessária. Do que adianta eu criar uma lei para preservar essa mãe que amamenta em público se eu não a incentivo?”, questiona.
Exemplo 
A artesã Karla Brígida amamenta em qualquer hora e lugar sua filha de 19 meses. Ela participou do “Mamaço” em outubro do ano passado, junto com outras mães em um restaurante da zona Leste, como forma de protesto contra o estabelecimento por ter constrangido outra mãe que amamentava seu bebê.
Em meio à sanção da lei que garante às mães do Piauí o direito de amamentar em qualquer lugar, Karla acredita que é fundamental a conscientização da sociedade de quão natural é o ato de amamentar. “A grande maioria ainda vê como algo que deve ser guardado dentro de quatro paredes. E penso que o preconceito ao ver uma criança sendo nutrida não só de comida, mas sim de afeto e amor em público seja por uma erotização do corpo feminino”, fala.
Aleitamento 
Segundo Maria do Carmo Lima, nutricionista materno -infantil e consultora de aleitamento, amamentar o bebê por mais tempo é uma necessidade de cada um e que o ideal é que seja continuada até os dois anos de idade ou até quando mãe e flho quiserem. A amamentação prolongada atua trazendo benefícios na idade adulta como melhorando o comportamento, na parte cognitiva e em relação a hábitos alimentares.
Maria do Carmo recomenda que, na hora de amamentar, é importante que a mãe esteja em lugar tranquilo. “O segredo do sucesso do aleitamento materno é que haja uma conexão entre a mãe e seu bebê. É o toque, é o olho no olho, é a aproximação e intimidade entre ela e seu filho. É importante uma cadeira confortável, não necessariamente uma poltrona de amamentação, para que o corpo da mãe e filho se complete”, finaliza.

Edição: Virgiane Passos
Por: Letícia Santos

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