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Modelo para o Brasil, currículo escolar australiano foi consolidado por consulta

Ouvir todas as pessoas que têm interesse na educação é etapa fundamental para  elaboração de um currículo comum a todas as escolas do país, segundo o diretor-geral do Conselho de Administração da Autoridade Australiana de Currículo, Avaliação e Relatório, Phil Lambert. Ele foi um dos responsáveis pela base curricular australiana, avaliada como uma das referências para a configuração da Base Nacional Comum Curricular brasileira.

Lambert participou hoje (30) de audiência pública no Senado. Ele elogiou a condução de consulta pública para formatar a base brasileira e comparou com o processo australiano: “Colocamos o material em um site e as pessoas puderam contribuir online. Além disso, convocamos as autoridades escolares para discutir a base”.

O Brasil está preparando a Base Nacional Comum Curricular. O documento vai fixar conteúdos mínimos que os estudantes devem aprender a cada etapa da educação básica, da educação infantil ao ensino médio. A Base está prevista em lei, no Plano Nacional de Educação e deve ser finalizada até junho deste ano. O documento inicial recebeu mais de 12 milhões de contribuições pela internet. Uma segunda versão deverá ficar pronta até 15 de abril.

“Quando se faz uma consulta assim é preciso olhar o que há de mais forte nas contribuições e comparar o documento com o de outros países”, destaca Lambert. Quando a Base estiver pronta, ele ressalta que o trabalho não acabou, será preciso acompanhar a implementação, além de fazer constantes avaliações e revisões, levando em conta modelos bem-sucedidos no mundo.

“Alguns professores acharão muito desafiador, outros menos. Com o tempo, os professores reconhecerão que é algo possível de ser alcançado. Quando aumentar o desempenho dos estudantes, eles reconhecerão o avanço”, diz.

Além de ser um país dividido em estados ou territórios, nos quais as decisões educacionais são tomadas, como no Brasil, a elaboração da base curricular na Austrália é recente e baseou-se nas melhores experiência do mundo.

O modelo australiano define competências a serem desenvolvidas pelos alunos, que vão de letramento e habilidades numéricas a pensamento crítico e criativo. Incluem também capacidade de informação e comunicação tecnológica, capacidades pessoais e sociais, compreensão ética e compreensão intercultural.

Todas essas habilidades são trabalhadas em oito áreas de aprendizagem: inglês, matemática, ciências, ciências humanas e sociais, artes, tecnologias, educação física e línguas.

Há ainda três temas transversais prioritários, que são história e cultura dos aborígenes e dos indígenas das ilhas Straights, sustentabilidade e Ásia e engajamento da Austrália com a Ásia.

Presente na audiência pública, o Coordenador-Geral de Ensino Médio da Secretaria de Educação básica do Ministério da Educação, Ricardo Cardozo explica que a Base não é o currículo final que será aplicado em sala de aula. Trata-se do mínimo que todo aluno brasileiro terá o direito de aprender. A intenção é que a Base ocupe 60% do tempo na escola. O restante deverá ser usado pelas redes para garantir que os alunos aprendam de acordo com a especificidade de cada local.

“A Base não tem perspectiva redentora. O papel dela é estabelecer uma referência curricular e que possa contribuir para outras propostas para [melhorar] a educação básica”, diz.

Edição: Beto Coura/Agencia Brasil

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