Os professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) vão decidir na próxima quarta-feira (16) se deflagram ou não greve por tempo indeterminado e seguem o calendário de lutas de várias categorias do país que estão paralisando suas atividades em protesto contra as medidas do Governo Federal, principalmente a PEC 241, que tramita como PEC 55 no Senado.
Durante esta semana, os professores da UFPI já realizaram outras assembleias para discutir o indicativo de greve, conforme recomendado na reunião das secções sindicais filiadas às Associação Nacionais dos Docentes de Ensino Superior (ANDES), ocorrida este mês em Brasília. Na assembleia da semana que vem, o objetivo é deliberar sobre a data e a temporalidade de uma eventual greve nas Federais e Institutos Federais do Estado.
“A proposta da ANDES era votar a greve entre os dias 21 e 41 deste mês, mas os docentes de Teresina, Picos, Bom Jesus e Floriano não aceitaram esse prazo na sua integralidade e decidiram que a melhor coisa a se fazer seria a adiantar a votação de deflagração da greve para o próximo dia 16”, explica Jurandir Lima, presidente da Associação dos Docentes da UFPI (ADUFPI).
Reitoria ocupada
Desde o mês passado, estudantes estão ocupando o Salão Nobre da Reitoria da UFPI em protesto contra as reformas no Ensino propostas pelo Governo Federal, com foco na PEC 241, agora PEC 55, que propõe o congelamento dos investimentos em áreas básicas como Educação e Saúde pelos próximos 20 anos. O Governo alega que a medida é uma forma de controlar os gastos públicos, equilibrar as contas da União e evitar um eventual aumento de impostos. No entanto o texto, embora já tenha sido aprovado em duas votações na Câmara, é bastante contestado por grande parte dos brasileiros, que veem em sua aplicação um retrocesso sem precedentes no desenvolvimento do país.
As ocupações ganham força em todo o país, e no Piauí, além da Reitoria da UFPI no campus de Teresina, também tem ocupações os campi de Bom Jesus e Instituto Federal do Piauí (IFPI) da zona Sul.
Manifestações
Esta semana terminou em Teresina, e em todo o Piauí, com uma série de mobilizações das várias categorias que se levantam contra a PEC 241 (PEC 55, no Senado). Pelo menos cinco sindicatos aderiram à paralisação geral dos serviços públicos organizados pela Central Única dos Trabalhadores e pela Frente Brasil Popular. Comerciários, Trabalhadores em Educação do Estado, docentes da UFPI, servidores da UFPI e urbanitários caminharam pelas ruas do Centro da cidade chamando a atenção da população para o que consideram ataques seguidos aos direitos dos trabalhadores. Categorias como os servidores da UFPI (SINTUFPI) já se encontram de greve desde o começo do mês no Estado.
Por: Maria Clara Estrêla/O DIA