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Os campeões das pesquisas para presidente

 

Foto: PT/MG

Lula: na cabeça das pesquisas

O genial compositor Tom Jobim, mente brilhante, cidadão do mundo e sensibilidade aguçada, matou a charada: “O Brasil não é para principiantes”. Não é mesmo!

Quem vai entender, por exemplo, que, em meio a essa prolongada agonia vivida pelo país, despontem na cabeça das pesquisas de intenção de voto para presidente da República justamente dois políticos que não têm mais o que dar?

Um é o ex-presidente Lula, inegavelmente uma das histórias mais belas da política brasileira contemporânea. Ao mesmo tempo, uma das biografias mais manchadas.

Mais adiante, o caminhar da história dirá como ele será um retrato na parede – se como o grande presidente que o Brasil teve no começo do século 21 ou como o dissimulado chefe de uma gangue que assaltou os cofres públicos como nunca antes na história deste país.

Outro Lula

Não é isso, porém, o que interessa no momento. O que deve ser posto é que Lula já deu a sua contribuição à história como presidente da República, ao governar o país por dois mandatos seguidos, com grande aprovação popular.

Isso se deu, claro, mais pelo seu talento pessoal para lidar com a comunicação, com a política e, sobretudo, com as massas, do que efetivamente pelas realizações de seu governo.

Mas Lula hoje é um político flechado de processos judiciais, investigado dia e noite. Por isso mesmo, um ser profundamente magoado e ressentido. Está longe de ser aquele “Lulinha paz e amor” bolado pelo marqueteiro Duda Mendonça para as peças publicitárias da campanha eleitoral que o levou à presidência, em 2002.

Em sua cabeça só existe uma ideia fixa: voltar à presidência para se proteger na blindagem do cargo e acertar as contas com seus algozes, inclusive ex-companheiros de PT. No mais, fazer mais do mesmo.

Jair Bolsonaro em Teresina

O vice-campeão das pesquisas, mas em ascensão, Jair Bolsonaro, quem é? Um capitão reformado do Exército com idéias retrógradas que cumpre o seu sexto mandato de deputado federal. Já saltitou por diversos partidos políticos. Ao todo, passou por nove. Está inscrito na décima legenda, o que bem atesta seu apreço e o seu respeito às siglas partidárias.

Bolsonaro, que se apresenta como salvador da pátria, é um oligarca de marca maior. Além dele, seu irmão Renato Bolsonaro e três filhos seus também são políticos: Carlos Bolsonaro (vereador do Rio de Janeiro pelo PP), Flávio Bolsonaro (deputado estadual do RJ pelo PSC) e Eduardo Bolsonaro (deputado federal por São Paulo pelo PSC).

Mandato ameaçado

Ele projetou-se nacionalmente por suas contundentes críticas ao comunismo e à esquerda e por declarações polêmicas e preconceituosas, as quais lhe renderam cerca de 30 pedidos de cassação nos seus 26 anos de mandatos na Câmara dos Deputados.

Também é conhecido por defender a ditadura militar e por ter considerado a tortura nos porões do regime como uma prática legítima.

Documentos sigilosos produzidos pelo Exército Brasileiro, na década de 1980, mostram que superiores de Bolsonaro o avaliaram como dono de uma “excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente”.

Vazio de ideias

Mas que idéias Bolsonaro tem para tirar o Brasil da crise e fazê-lo retomar com urgência o caminho do desenvolvimento? Qual delas é exequível?

Em 26 anos interruptos de Congresso, ele conseguiu aprovar uma única emenda. Trata-se de uma PEC que prevê emissão de “recibos” junto ao voto nas urnas eletrônicas.

Como um político que pretende governar o Brasil, e com tanta experiência parlamentar acumulada, não conseguiu até agora sequer propor saídas para o país através do Congresso, a sua trincheira de atuação política?

O desafio do país

O desafio maior do Brasil, hoje, é encontrar uma liderança que possa pacificar o país, que possa uni-lo em torno de um plano de desenvolvimento que possa vencer a crise e restabelecer a paz política e social. Nem Lula nem Bolsonaro tem esse perfil. Pelo contrário.

Ao lançar esses dois ao topo das pesquisas de intenção de voto para presidente, o brasileiro perde o direito de reclamar dos políticos e do país que tem.

Fonte: coluna do Zozimo/ cidadeverde.com

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