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Parada Gay homenageia mortos em boate nos Estados Unidos

A edição deste ano da Parada da Diversidade de Teresina fez uma homenagem às 50 pessoas assassinadas na madrugada deste domingo (12), numa boate em Orlando, nos Estados Unidos, voltada para o público gay. O evento acontece na Avenida Raul Lopes, zona leste da capital.

Na saída do trio elétrico, os organizadores do evento pediram um minuto de silêncio em memória das vítimas, e os participantes permaneceram com o braço direito levantado e o punho cerrado, representando a “luta contra a homofobia”.

Concentração iniciou por volta das 16h30, na Avenida Raul Lopes (Fotos: Elias Fontinele / O DIA)

A servidora pública Marinalva Santana, que é membro da Liga Brasileira de Lésbicas e do Grupo Matizes, enfatizou que a militância LGBT desenvolve um trabalho importantíssimo de combate à intolerância, que tem apresentado um lamentável crescimento na sociedade.

“Isso acontece porque nós temos, infelizmente, cada vez mais pessoas usando a religião, usando em vão o nome de Deus, para destilar o ódio. Só dá nisso, que a gente está vendo nos Estados Unidos – um ato bárbaro que a gente repudia e lamenta muito. Diante de fatos como este, a gente tem a consciência e a lucidez de que uma luta como esta, que o Matizes desenvolve, é extremamente necessária”, enfatizou Marinalva.

Marinalva Santana repudiou atentado que matou 50 pessoas em Orlando (Fotos: Elias Fontinele / O DIA)

Segundo o coronel Costa Lima, comandante do 5º Batalhão da PM, cerca de 90 policiais fazem a segurança do evento, que também conta com o apoio de equipes da Superintendência de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans).

A Parada da Diversidade de Teresina contou com a presença da paulista Alice Oliveira, uma das fundadoras do Grupo Somos, em 1978, que foi um dos primeiros grupos de defesa dos direitos dos LGBT criados no país. “Para mim, é uma imensa alegria estar aqui, principalmente porque em 2001 eu estive aqui e não existia nenhum grupo organizado. Eu passei o fim de semana aqui, conversando com os gays, com as lésbicas, e explicando a importância da organização. Em 2001 eu era coordenadora do 4º Seminário Nacional de Lésbicas, e aí eu vim pra cá exatamente com o objetivo de levar um grupo de lésbicas para o Ceará, para participarem do evento. Aí elas foram e, quando retornaram, começaram a juntar militantes e desenvolver ações que deram origem ao Matizes. Então, pra mim é um grande orgulho e uma grande honra estar aqui para ver o trabalho que esse grupo tem feito no Piauí, o que acaba refletindo no Brasil. É alegria pura. Vivemos um momento extremamente político, de reivindicações, e um momento que precisamos cuidar para não haver perdas maiores do que as que nós já sofremos”, afirmou Alice Oliveira, que também criticou algumas ações tomadas pelo atual Governo, de Michel Temer (PMDB), classificando-as como “um retrocesso” para o movimento LGBT.

A militante também disse estar horrorizada com o atentado ocorrido nos Estados Unidos, e ressaltou que, se a sociedade brasileira não tomar medidas urgentes no sentido de combater a intolerância, a tendência é que atentados semelhantes ocorram também no Brasil.

A militante Alice Oliveira fundou um dos primeiros grupos de defesa dos direitos da comunidade LGBT no Brasil

“Eu costumo dizer que um indivíduo que é intolerante, que não aceita o outro, na realidade ele age dessa forma porque ele não se aceita. Porque quem é bem resolvido não se importa com as coisas dos outros. O máximo que ele vai se importar é em ser solidário com o outro. Não detonar, matar ou fazer qualquer coisa que possa prejudicar uma vida. Então, é lamentável isso [atentado nos EUA]. Acho até que, se não tomarmos cuidado, isso poderá inclusive se repetir aqui, porque a intolerância no Brasil hoje é muito grande”, alertou Alice Oliveira.

Este ano, a Parada da Diversidade de Teresina coincidiu com o Seminário Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais, que pela primeira vez ocorreu na capital piauiense, e reuniu cerca de 250 participantes, oriundas de diversos Estados do país.

Por: Cícero Portela e Isabela Lopes/ O Dia

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