Um confronto com troca de tiros entre policiais militares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) deixou pelo menos dois mortos na tarde desta quinta-feira na cidade de Quedas do Iguaçu, região oeste do Paraná.
A Polícia Militar paranaense e os sem-terra contam versões diferentes sobre o conflito. Segundo a PM, duas equipes da corporação acompanhavam um grupo de funcionários da empresa de reflorestamento e beneficiamento de madeira Araupel no combate a um incêndio dentro de uma fazenda da companhia ocupada pelos sem-terra. O grupo teria sido vítima de uma emboscada organizada por mais de vinte integrantes do MST e reagiram ao ataque, deixando dois mortos e seis feridos entre os camponeses. A PM disse ainda que enviou equipes para resgatar os feridos e remover os corpos das vítimas.
Na versão do MST, cerca de 20 integrantes do movimento realizavam uma ronda de rotina ao redor do acampamento onde vivem quando foram surpreendidos por policiais militares, funcionários da Araupel e seguranças privados, que teriam iniciado os disparos. O MST, que nega o incêndio na região, ainda não sabe confirmar quantas pessoas ficaram feridas e disse que o movimento não teve acesso ao local do confronto, que ainda estaria cercado pelos policiais.
A fazenda da Araupel é motivo de conflito desde a primeira ocupação do MST no local, em 1996, quando dois integrantes do movimento também morreram em um confronto com funcionários da empresa. Em 2014, reportagem de VEJA mostrou a retomada das invasões de fazendas produtivas no Paraná e a escalada da tensão em Quedas do Iguaçu, onde a Araupel, que então empregava um quarto da força de trabalho, se tornara o principal alvo do MST.
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as mortes.
(com Agência Brasil)
FONTE: MSN