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Multa por usar celular ao volante aumenta 244% e passará a ser gravíssima

Uma nova mudança no Código Brasileiro de Transito (CBT), sancionada no dia 5 de maio deste ano, deixará a punição mais rigorosa para quem utilizar o celular no trânsito, seja fazendo ligações ou manuseando o aparelho. A partir de novembro, os motoristas flagrados com celular ao volante pagarão multa 244% mais cara, passando de R$ 85,13 para R$ 293,47, além da perda de sete pontos na CNH, pois a infração deixará de ser média para se tornar gravíssima.
A medida também adotou o termo “manuseando o celular”, que passará a constar nas regras definidas pelo CBT. Assim, além de falar ao telefone, o motorista que for flagrado digitando mensagens ou acessando aplicativos (como os de redes sociais) também será penalizado. Segundo dados da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans), no ano de 2015, 420 condutores foram notificados, por mês, por estarem utilizando aparelho celular. Em 2016, de janeiro a março, foram realizadas 320 notificações mensais, através de agentes de trânsito e fiscalização eletrônica.
Apesar disso, muitos condutores continuam desrespeitando as leis de trânsito, colocando em risco tanto sua vida quanto a de terceiros. A gerente de Educação de Trânsito da Strans, Samyra Motta, pontua que a atenção do motorista precisa ser redobrada e que os celulares acabam tirando a atenção dos condutores, seja por ligações ou aplicativos.
“Hoje em dia, todo mundo fica mexendo no celular, principalmente nas redes sociais e aplicativos de mensagem instantânea. Não somente o motorista, mas os pedestres também acabam tendo sua parcela de culpa porque também ficam distraídos, não passam na faixa de pedestre e não ficam atentos ao trânsito. E é nítido que o uso do celular no trânsito causa muitos acidentes, inclusive com mortes”, destaca.
Samyra Motta cita ainda que, quando o motorista está atento, ele tem reflexo para tomar decisões rápidas, caso esteja prestes a sofrer um acidente, diferentemente de quando está mexendo em um celular. Ela comenta também que os condutores costumam manusear os celulares quando o semáforo está fechado e terminam perdendo a atenção quando o sinal abre.
“Quantas vezes nós vemos um motorista mexendo no celular com o sinal fechado, o semáforo abre e ele nem percebe, então os motoristas atrás ficam buzinando. Com essa mudança na lei, nós esperamos que esse péssimo hábito mude, porque infelizmente as pessoas mudam pelo bolso, não porque podem bater o carro e morrer”, enfatiza.
Expectativa
A gerente de Educação de Trânsito acrescenta que, com a severidade da lei, os impactos na redução de multas serão significativos. “Não existe indústria de multa, o que existe são pessoas cometendo infrações. A partir do momento que a pessoa está manuseando o celular, já mostra que ela está desatenta”, finaliza Samyra Motta.
Motoristas reclamam de valor
Nem todos os motoristas aprovaram a mudança da lei que altera o valor da multa para quem for flagrado manuseando o celular enquanto dirige. Apesar de achar uma medida que garante a segurança do condutor e das demais pessoas que estão no trânsito, o estudante Wanderson Sousa achou o valor cobrado muito alto.
“É uma medida que faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de usar o celular, mas esse valor é muito alto. Acho que poderiam ter subido o valor, mas não tanto, e terem classificado como gravíssimo”, disse.
Por sua vez, o professor Marcos da Silva aprova a medida e destaca que, com a punição mais rígida, os condutores deverão diminuir a intensidade que utilizam o aparelho celular no trânsito; porém, ele também achou o valor cobrado muito elevado.
“Hoje me dia, todo mundo tem celular, redes sociais e acaba perdendo a noção do tempo e das coisas que acontecem ao redor quando estão mexendo no aparelho. Às vezes, você para no sinal, mexe rapidinho no celular, achando que vai dar tempo antes do sinal abrir e, quando vê, o semáforo abriu. Quer dizer, se não tivermos atenção, podemos até cometer acidentes. Apesar de concordar, eu só acho que o valor da multa ficou muito caro, mas se é para algo que nos trará benefício, temos que aceitar”, pondera.

Por: Isabela Lopes – Jornal O DIA

 

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