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Sem geladeiras e caixões, IML fará enterro coletivo de 40 corpos

O Instituto de Medicina Legal vai fazer o enterro coletivo de 40 corpos nos próximos dias. A medida se faz necessária devia aos problemas estruturais do local, principalmente a falta de geladeiras e de caixões.

Segundo o coordenador estadual do IML, Janiel Guedes, alguns corpos estão há mais de um ano, sendo uns sem identificação e outros que foram identificados, mas os familiares não compareceram para fazer a liberação. “Há alguns meses as geladeiras estão operando aquém do necessário, não mantendo os corpos congelados e provocando mau cheiro”, disse Guedes. Ele explica que, para manter os corpos congelados, câmaras frias têm que  operar abaixo de zero graus, mas os equipamentos estavam funcionando entre cinco e oito graus.

Fotos: Moura Alves/ODIA

Na noite de sexta (10) pra sábado (11) o transtorno foi maior para os moradores próximos ao IML. “Do outro lado da rua, há quarteirões de distância, se sentia o odor dos corpos”, disse o coordenador. Moradores da quadra 80 do bairro Saci, onde fica localizado o Instituto, tiveram que fechar portas e janelas para evitar que o odor chegasse a suas casas.

A empresa Cozil, com sede em São Paulo, e responsável pela manutenção da geladeiras, tem uma assistência técnica em Teresina. No sábado, funcionários fizeram o reparo, mas o problema voltou a acontecer. Uma assistência de outra empresa local foi acionada e conseguiu resolver, mas a demora fez com que o odor se espalhasse rapidamente por todo o IML e áreas vizinhas. Funcionários disseram que estava difícil ficar no interior do Instituto.

Mesmo assim, ainda há uma superlotação de corpo no IML. “Nós só podemos ficar com um corpo por no máximo 30 dias da data de entrada. Identificado ou não, ele precisa sair, mas para isso precisa de caixões”, disse Janiel, que assumiu a coordenação estadual do IML. Ele conta que nesses três meses em que está à frente do Instituto, não houve ainda nenhum retirada de corpos nem recebimento de caixões.

A Secretaria de Segurança Pública teria informado ao coordenador do IML que estava providenciando a compra dos caixões para a realização do enterro coletivo, que ainda não tem data prevista para acontecer. “Até lá, estamos trabalhando na limpeza de todas as áreas do Instituto e na identificação dos corpos que vão chegando”, explica Janiel.

Ele acrescenta ainda que os corpos que serão enterrados coletivamente terão todas suas informações coletadas e guardadas no IML para o caso de algum familiar aparecer posteriormente pedindo a retirada. “Serão colhidas digitais, análises da presença de marcas identificadoras como tatuagens, sinais, e tudo vai ser anexado ao laudo cadavérico atestando ainda o local onde o corpo foi encontrado e a causa da morte”, finaliza o coordenado do IML.

Por: Nayara Felizardo, com informações de Maria Clara Estrela

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